quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Acaso

Escravo.
E ele era escravo do tempo, dependente de algo ilusório, não vivia mais feliz.
Apaixounou-se, mas não era livre para viver esse romance.
Cego, deixou de experimentar o sabor de um sentimento especial, o amor puro.
Por tornar uma tragédia sua vida, por tornar rei um relógio.
Deixou de pensar no lado, para refletir somente o centro.
Seu pensamento, fazia-o estar certo.
Mas em seu coração só poderia servir a um senhor.
Escolheu apegar-se a 10 minutos.
Esqueceu tudo o que um dia disse, e todas suas forças estavam naqueles minutos.
(enquanto ela também escravizada, embora não pelo mesmo mal, indignou-se, mas preferiu calar-se.
Um mal que talvez fosse considerado pior que o tempo.
Deixou que fosse transformada e algemada pelo espaço.
Espaço maligno, que fez com que se esquecesse de como era.
Encobrindo seus erros e os defeitos de quem tanto queria.)
Porém, dou mérito ao acaso.
Que um dia aprensentou-os e hoje poderia desapresentar.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Por que mata-me de paixão,
e morro?
Depois de sentir-me
sufocada, insegura,
amedrontada;
e viver intensamente
extasiada, encantada,
vaporizada.

Porque mata-me de paixão,
e morro?
Como nuvem passou
minha felicidade.
E claro não fico.
Escureceu-se.
E não houve raios,
nem trovões.

Por que mata-me de paixão,
e morro?
Sabendo que és único.
Que sou tua.
Que furtaste-me escondido.
Daria o que não tenho,
para ouvir teu coração.
Mas de mim, nem tudo se basta

Porque mata-me de paixão,
e morro.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Rosa Roucha

Rosa roucha.
Rosa que nasceu errada,
Vem depressa, sem demora,
Antes que a noite vá embora,
E o mundo te enxergue,
E eu morra de solidão.

Ah, rosa roucha.
Como pode ficar tranqüila,
Confunde-me a cabeça,
E enverga meu pulmão,
Sinto então o teu encanto,
E não caibo mais mim.

Sei que és proibida, errada,
Mas quem quis que fosse roxa,
Quis que fosse minha.
E agora, me entorpece,
E me faz adormecer.
Ah, Rosa roucha

Teu espinho de promessa,
Cabulou minha visão.
De mancinho, bem de leve,
Roubaste-me só pra ti,
E espero-te todas as manhas.
Rosa roucha

sábado, 16 de junho de 2007

Borboletas no estômago

E tornou-se frio dentro de mim
Não localizava-se ao certo
Não permanecia

Não sinta.

E era grande e vazio
Vasto lugar, de pouco verde
Mas que mesmo assim borboletas tinha

Não imagine.

E brigavam tanto, brincavam tanto, voavam tanto
Que variavam-se as estações
De breve para vento

Não voe.

E não cabiam em lugar merecido, porque eram numerosas
E foram postas de surpresa por palavras
Que as alimentava ou enlouquecia

Não fale.

E faziam seu alvoroço
Deixando-me acaso perdida
Em essência de felicidade

Não me deixe.