quinta-feira, 28 de junho de 2007

Rosa Roucha

Rosa roucha.
Rosa que nasceu errada,
Vem depressa, sem demora,
Antes que a noite vá embora,
E o mundo te enxergue,
E eu morra de solidão.

Ah, rosa roucha.
Como pode ficar tranqüila,
Confunde-me a cabeça,
E enverga meu pulmão,
Sinto então o teu encanto,
E não caibo mais mim.

Sei que és proibida, errada,
Mas quem quis que fosse roxa,
Quis que fosse minha.
E agora, me entorpece,
E me faz adormecer.
Ah, Rosa roucha

Teu espinho de promessa,
Cabulou minha visão.
De mancinho, bem de leve,
Roubaste-me só pra ti,
E espero-te todas as manhas.
Rosa roucha

sábado, 16 de junho de 2007

Borboletas no estômago

E tornou-se frio dentro de mim
Não localizava-se ao certo
Não permanecia

Não sinta.

E era grande e vazio
Vasto lugar, de pouco verde
Mas que mesmo assim borboletas tinha

Não imagine.

E brigavam tanto, brincavam tanto, voavam tanto
Que variavam-se as estações
De breve para vento

Não voe.

E não cabiam em lugar merecido, porque eram numerosas
E foram postas de surpresa por palavras
Que as alimentava ou enlouquecia

Não fale.

E faziam seu alvoroço
Deixando-me acaso perdida
Em essência de felicidade

Não me deixe.